Suas mãos, um milagre!

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Minhas queridas sementes,

Em um país como tantos outros, havia uma família que se dedicava a lavar roupas.

E, pouco a pouco, lavavam roupas até que se tornaram muito conhecidos e começaram a ganhar fama. Cada vez mais roupas eram trazidas para eles, e continuavam a lavar.

Hoje, poderíamos chamar isso de uma lavanderia, e eles estavam tão felizes que diziam: "Olha, se economizarmos dinheiro, poderemos mais tarde fazer uma viagem, levar nossos filhos, comprar um jardim e plantar tomates, batatas", e sonhavam, mas estavam felizes.

Com o passar dos anos, perceberam que de tanto lavar com as mãos (estou falando de muitos anos atrás), as mãos estavam todas estragadas por causa da água fria e do ferro de passar. Então, disseram: "Precisamos encontrar algo para cuidar das nossas mãos, dessas queimaduras, desse frio", e começaram a procurar. Finalmente, encontraram uma pomada, ou melhor, um unguento.

Eles procuraram ervas, começaram a fervê-las, prepará-las, adicionaram óleo e também misturaram seus ingredientes secretos, como perfumes de rosa e açafrão, e criaram uma pomada excelente. Primeiro, eles aplicaram nas próprias mãos, e no dia seguinte, já não tinham mais feridas.

Disseram: "Que bom, agora podemos continuar, que felizes somos!". No dia seguinte, alguém apareceu e disse: "Meu filho caiu e se machucou, não sei como curá-lo." E a senhora da lavanderia disse: "Olhe, eu tenho uma pomada que funciona muito bem para nós", aplique um pouco e lhe deu um pouco.

A mãe aplicou a pomada, e no dia seguinte o menino já estava curado e voltou pedindo mais. "Bem, espere um pouco."

Depois, outra mãe veio, depois o marido, e depois mais pessoas, todas pedindo a pomada.

As notícias se espalharam de boca em boca, de porta em porta, e assim a pomada foi se multiplicando. Primeiro, fizeram um frasco de pomada, depois outro, e outro, até que uma fábrica foi criada.

E então, um jovem soldado passou por lá e disse: "Estou indo para a guerra, mas meu ombro dói muito porque me machuquei, mas preciso ir para a guerra para defender a pátria." E ela disse: "Aplique esta pomada," ele aplicou e, em cinco minutos, disse: "Isso é uma medicina milagrosa, é muito boa."

Ele saiu e voltou, oferecendo todo o dinheiro que tinha: "Dê-me toda a pomada que tiver," "Mas eu tenho muita," "Dê-me tudo."

"Vou buscar todo o ouro e as moedas de ouro que tenho," e ele foi buscar suas economias e comprou toda a pomada.

Ele levou a pomada para seu país em guerra e foi ver o príncipe e disse: "Principe, tenho uma pomada e me ofereço como voluntário para curar todos os feridos." E o príncipe respondeu: "Você tem minha permissão, mas os feridos de guerra não vão se curar, porque uma guerra sempre é mortal, ou morrem ou ficam muito mal."

"Príncipe, deixe-me ir cuidar deles, deixe-me ir para a guerra para cuidar dos feridos," e o príncipe disse: "Você pode ir, mas aviso que as guerras são muito ruins."

O soldado estava tão confiante, tão feliz, que foi para a guerra. Lá, encontrou-se com a batalha; alguns começaram a cair mortos, outros feridos, e ele ia com sua pomada. Ele a aplicava nos feridos, e os deixava um pouco tranquilos, e quando se virava, já estavam de pé novamente. Ele foi de um para outro, e assim fez por todo o campo de batalha.

Finalmente, venceram a batalha. Quando a guerra terminou, foram ver o príncipe, que perguntou: "O que aconteceu? Onde estão os feridos?" E o soldado respondeu: "Feridos, não há nenhum, só alguns que já se foram para a Luz, certamente era a hora deles, mas o restante de todo o regimento está aqui, diante de vós, príncipe." O príncipe olhou para ele e disse: "Quando você me falou, eu desconfiei. Eu disse que você podia ir, mas pensei, pobre rapaz, vão matá-lo. Ele acredita em sua pomada, mas os milagres não existem. Hoje, me inclino diante de você. Pode me pedir o que quiser, e eu lhe darei." O soldado respondeu: "Só quero continuar com a pomada, eu acredito nela, acredito nela," mas o príncipe disse: "Eu vou lhe dar um reino."

E ele deu-lhe um reino vizinho, onde havia um castelo, também um exército, e o soldado tornou-se o senhor do castelo, mas ele guardou sua pomada.

Minhas sementes, eu gostaria que vocês compreendessem o que não foi dito: a pomada cura, é verdade, como os medicamentos, mas o que realmente curava eram suas mãos, era sua Fé, sua Vontade e o Amor que ele tinha, essa confiança que ele tinha em suas mãos.

Por isso ocorreram esses milagres, porque ele confiou em suas mãos! Com pureza, porque se esqueceu da soberba, porque aplicou humildade, porque se esqueceu da arrogância, do orgulho, porque se esqueceu da inveja, do ciúme, porque se esqueceu de si mesmo e conseguiu salvar tantas vidas. Assim como hoje, vocês, mestres, com suas mãos guiam Almas e salvam Almas.

Leiam o que não está escrito, e vocês entenderão, com todo meu amor,

A Jardinera